Completa

26 de novembro de 2009

Dentre as tantas superstições dos homens
Prendo-me apenas a uma,
que nem superstição se considera,
mas uma mescla de crenças contadas.

Quando olho para um avião vejo mais do que se vê.
Uma máquina carregadora de gente e sonhos,
capaz de levar aos céus meus desejos mais íntimos
com apenas o fechar dos olhos, um pedido sincero e um sopro.

Mas um dia, não diferente de todos os outros,
vejo quatro desses metálicos gigantes com asas
entrecruzando o céu num jogo-da-velha de nuvens
e surpreendendo-me, pela primeira vez, sem nada para pedir.

Conheço, assim, a sensação de não querer nada.
Vejo-me sozinha e sem outro objetivo que não olhar para o céu.
E admirando a beleza das linhas brancas no tão raro azul
enfrento a (in)felicidade de ter tudo o que quero...e mais nada.

1 pitacos:

ticoético disse...

Hahaha,é meio contráditório essa coisa d se sentir realizado,a gente se pergunta no final: "e agora?!" mas enfim,gostei muito,achei bonito !
abraço !